Já se foram mais de 100 anos…
Quantas pessoas mais morrerão?
Quantas pessoas mais serão roubadas, agredidas e assassinadas?
Quantas mais?
Por uma moeda, por várias,
uma ganância sem fim!
Ambições coveiras de pessoas, pessoas, gente,
Gente como a gente que quer viver mais um dia, respirar,
comer mais uma refeição…
Cada vez mais cara, mais cara e mais cara
A cara do patronato, a cara do empresariado, a cara dos partidos
As pessoas da direita roubam e as pessoas da esquerda furtam,
Cada vez mais cara, mascara a cobiça, ambição
E nas ruas…
Nossa gente de joelhos catando as migalhas que caem no chão
No chão está Martinez, está Magotto, está Alves, está Carvalho e tantas outras
Pessoas reprimidas, alvejadas, assassinadas por uma ganância sem fim
Em 9 julho 1917, nas ruas braços cruzados, nas fábricas, máquinas paradas,
A cada pessoa roubada, greve!
a cada pessoa agredida, greve!
A cada pessoa assassinada… revolta!
Há mais de 100 anos, as ruas vestidas de luto, lutavam!
É a luta de quem tem fome, de quem tem sede, de quem sabe que sua emancipação é obra exclusivamente sua e de mais ninguém…
De quem sabe de que cada morte não é em vão,
que a luta é que nos torna pessoas mais dignas
e é pela nossa luta é que seremos mais livres!
*
Não há borracha que apaga a memória de luta de nossa gente, porque não foi escrita com tinta, mas com sangue, suor e lágrimas, gravada no coração de cada pessoa que luta contra opressão e exploração.