A prisão não coíbe os atos antissociais; pelo contrário, aumenta seu número. Não reabilita quem prende, podem reformá-la o quanto quiserem, será sempre uma privação de liberdade, um sistema falso, como um convento, que torna o prisioneiro cada vez menos apto a vida social. Não atinge o que propõe. Mancha a sociedade. Deve desaparecer por consequência.

Resto de barbárie, com mescla de filantropia jesuitística, o primeiro dever da Revolução será acabar com esses monumentos da hipocrisia e da vileza humana, que chamam de prisões.

Na sociedade igualitária, entre homens livres, onde todos trabalhem para todos, onde todos tenham recebido um educação sadia e se apoiem mutuamente em todas as circunstâncias da vida, os atos antissociais não se produzirão. A maior parte destes careceriam de fundamento, e o resto será arrancado em semente. Sobre os indivíduos de inclinações perversas que a sociedade atual nos legará, teremos que impedir-lhes que desenvolvam seus maus instintos. E se não conseguirmos, o corretivo, honrado e prático, será sempre o tratamento fraternal, o apoio moral que há em todos, a liberdade, por fim. Isto não é utopia; isto que se pratica com indivíduos ilhados, se converterá em prática geral. E tais meios serão mais poderosos para reprimir e melhorar que todos os códigos, que todo o sistema vigente de castigos, fonte abundante de novos crimes, de novos atos contra a sociedade e indivíduo.

P. Kropotkin

Não as prisões
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