Parabéns, agradeço por estar a ler este texto, pouca gente se interessa por esse assunto e desta fonte. Foi-se o tempo em textos desse tipo tinham relevância entre as pessoas oprimidas e exploradas. Nossa capacidade de auto-organização e projetos anarquistas é sistematicamente atacada por tantas frentes e inimigos diferentes que perdemos a noção de quem ou o que nos é importante. 

A estrutura em que estamos fechadas está formada em um processo ininterrupto de roubo, extorsão e repressão onde nos cabe uma grande geração de riquezas, mas sem desfrutá-las, mantendo uma exploração de gerações e sem mudanças nessa lógica, isso perdurará até a exaustão total de todos os recursos não renováveis e comprometendo até os recursos considerados renováveis.

As gerações de pessoas trabalhadoras são assediadas e propositalmente isoladas em bolhas de consumo, perdem a conexão entre outras pessoas exploradas e oprimidas e são conectadas aos “cases de sucesso” e um enxurrada de discursos meritocráticos ou de justificativas do porque são parte dos nove décimos de pessoas exploradas e oprimidas.

Sim! As condições de exploração e opressão continuam da mesma forma e intensidade como eram como o suposto começo civilizatório. 

A luta de nossa gente oprimida e explorada continuará, o Primeiro de Maio é uma destas datas de memória, lá nos idos de 1886 em Chicago, onde ocorrem manifestações grevistas e foram reprimidas pela polícia e após esses eventos ao menos 6 manifestantes (sabidamente pessoas do movimento anarquista) foram condenadas de forma fraudulenta pelo ocorrido e executadas. Passado algum tempo, essa data se torna uma referência de luta para as organizações de pessoas trabalhadoras. Interesse é o fato que nos EUA, esta data não é lembrada com manifestações e sim no dia 05 de setembro é que ocorre o Labor day. Em Chicago existem dois monumentos sobre o ocorrido, um em memórias dos Mártires de Chicago e outro sobre os policiais mortos nos conflitos que eles próprios geraram.

Esses fatos são gotas na memória temporal de nossa gente oprimida e explorada, que cada vez sabe menos em um tempo em que o conhecimento está cada vez mais acessível.

A luta e resistência é mantida através da memória desse e tantos outros episódios que forjam nossa convicção de que romper com as estruturas de exploração e opressão de forma direta e objetiva são urgentes. 

Na luta somos dignas e livres!

Para pessoas trabalhadoras em mais um Primeiro de Maio
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