Em uma democracia indireta, partidária, o voto tornou-se algo corriqueiro, banal.

Existe um entendimento que cada pessoa eleitora realmente elege outras pessoas que se dizem capazes de exercer cargos políticos, filiadas a partidos políticos de programas claros e que procuram fiscalizar as condutas uns dos outros, a fim de controlar e prevenir a corrupção generalizada.

 Pois é!

O voto é obrigatório, não há uma consciência cidadã dos problemas nacionais e nem que as pessoas candidatas estejam de fato engajadas em resolver esses problemas, sendo que boa parte da população vota sem ter critério nenhum e se deixam levar pelas manipulações das propagandas partidárias. 

Vemos diariamente que boa parte das pessoas eleitas gastam seu tempo, o nosso tempo e nossos recursos em melhorarem a si próprias e a seus grupos de interesse. Vivem legislando em causa própria e recebem muito mais que muitas empresas do país.

O voto é a abdicação do poder popular para um grupo que pretensamente se diz nosso representante, mas que não atende nossas demandas básicas. 

A profissionalização das pessoas eleitas faz com que elas queiram se manter por um tempo indeterminado nesse poder e estendendo a seus parentes.

Podemos considerar essas pessoas profissionalizadas um grande mal e inimigas para os grupos oprimidos e explorados, porque não possuem nenhum compromisso em mudar a situação de nossa gente sofrida. 

Se não são oriundas diretamente das camadas dominantes, à elas servem fielmente. Para subirem no conceito dessas camadas, sujeitam-se às maiores transigências e descem frequentemente a baixezas, vilanias e crimes. De cabos eleitorais, aliciadores de votantes, se têm alguma instrução, candidatam-se, amparados pelos poderosos a vereadores municipais, depois deputados estaduais e, se as manchas políticas o ajudam, a deputados, senadores federais, governadores, ministros. 

Para obterem pessoas eleitoras, entram a prestar serviços, isto é, conseguir, por empenhos, da administração local, estadual ou federal, favores, dispensas, nomeações, concessões, que não conseguiriam licitamente. Forjam, assim, uma roda mais ou menos vasta de pessoas presas por esses laços duvidosos, os quais, em troca de tais finezas, lhes dão sempre o voto nas eleições. De modo que, geralmente, os votos representam interesses subalternos, pagamentos indiretos a serviços indecentes, nunca, ou mui raramente, opiniões sinceras e pensadas.

Com essa profissionalização, dificilmente as necessidades e demandas sociais são atendidas e a cada eleição, o ciclo de ilusão, enganação e mentira se mantém.

Como reféns desse processo obrigatório, nos parece não haver escolha, mas existe e é o rompimento direto com o circo eleitoral.

A máxima fundamental, na luta contra as pessoas exploradoras do trabalho, é que: a emancipação das pessoas trabalhadores é e será sempre a obra das mesmas trabalhadoras. Não devem confiar, portanto, a sua libertação a braços alheios, sobretudo aos dos suas pessoas opressoras. Votar, para uma pessoa trabalhadora, é crime e contra o voto obrigatório devem erguer eficaz protesto, praticando a greve do voto.

Na luta somos dignas e livres!   

Votar é abrir mão de seus direitos
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