É ilusão ver no sindicalismo uma solução revolucionária, mas é um apoio imprescindível para o processo de mudanças sociais profundas.

A estrutura sindical legal/oficial/reformista é constituído de maneira perversa que leva ao isolamento das pessoas trabalhadoras e gera até interesses opostos as suas necessidades. O corporativismo, a organização fascista no meio do trabalho tornou-o extensão controlada do capitalismo. Portanto a nova sociedade não poder ser baseada nesse sindicalismo, mas sobre uma nova forma de organização que correspondem a uma outra realidade, livre e igualitária.

No Brasil, a ação sindical que outrora era livre e combativa, baseado no sindicalismo revolucionário foi reprimido pelos governos da Republica Velha e no auge pela ditadura de Getúlio Vargas. Esse ditador fechou os sindicatos livres e impôs uma organização trabalhista autoritária, inspirada no modelo fascista italiano. Determinou para os sindicatos uma filiação compulsória aos órgãos do Estado, roubando-lhes dessa forma, a liberdade de ação e resistência revolucionária, uma marca reconhecida do anarcossindicalismo brasileiro. Lembremos que o anarcossindicalismo no Brasil foi a base para organização obreira, alavancando inúmeras lutas, desenvolvendo uma educação racional, assistência as famílias obreiras e na construção de inúmeras bibliotecas e espaços de cultura social.

Atuação geral das pessoas adeptas da anarquia é de rompimento com o modelo legal e a formação de sindicatos livres e legítimos de nossa classe, de nossa gente.

A anarquia estará onde nossa gente está, nos locais de trabalho, nas moradias, nas fábricas e campos, nas escolas, nas ruas e não podemos deixar que sejamos usadas para justificar parcerias inexistentes com partidos políticos ou com sindicatos “legais/oficiais”. Não podemos nos submeter nos movimentos sociais as práticas autoritárias ou jogos partidários. Temos a noção que a construção de um movimento social é com liberdade e não com submissão às ideias absolutistas da esquerda institucional ou vanguardista.

Nossa luta não é para sermos meros apêndices nos movimentos sociais como aliadas de partidos e sindicatos, mas no avanço de um movimento emancipador em todos os espaços e áreas por todas as anarquistas, tendo como referência os princípios de emancipação.

Não podemos abandonar a luta sindical as pessoas reformistas, autoritárias, fascistas, aos partidos e esperar que elas sejam “nossas mecenas” como algumas supostas federações anarquistas escrevem. A luta sindical anarquista é resgatar as práticas do passado e romper com fascismo sindical atual.

É o que realizamos como pessoas adeptas da anarquia ao nos vincularmos ao sindicalismo livre, revolucionário. Nada esperamos do sindicalismo “oficial”, fazemos nós por nós mesmos, na melhor base anárquica, formando núcleos sindicais livres nos locais de trabalho, reorganizando a luta em moldes de luta, de autogestão, federação, solidariedade, apoio mutuo e ação direta.

Avançamos, na construção da anarquia através do sindicalismo livre!

Anarquia e Sindicatos
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