Um comunicado é uma narrativa feita de uma perspectiva específica para que uma gama de pessoas ao entrarem em contato com o tal comunicado assumam atitudes ou não assumam atitudes. 

Posso divagar sobre isso, porque, assim como um náufrago em meio ao mar, assim é esse comunicado, assim é essa página, sem perspectiva de encontrar sinais de vida e salvação. Outra analogia possível é o envio de uma mensagem ao espaço, com a expectativa que aja um retorno de vida alienígena. Assim estou a escrever esse comunicado. E o que comunico?

Como me considero anarquista e busco dentro de uma sociedade opressora e exploradora, seu fim ou a maior diminuição dessa opressão e dessa exploração, num momento em que embora estejamos em pleno século 21, com o conhecimento científico bem desenvolvido e altíssima produção de riquezas , esse conhecimento e essas riquezas atendem apenas a necessidades de 1/10 da humanidade. Não só as 9/10 sobrantes estão de fora dessas riquezas, como todo o ônus desse processo desigual nos é destinado, ou seja, pagamos muito caro para que uma pequena parte de pessoas possam ser e ter não só suas necessidades básicas atendidas, como qualquer desejo supérfluo também.

Diante disso, velhas constatações se fazem presente, porque se repetem no espiral do tempo, como um risco do disco, fazendo reproduzir a cada geração, questões que nos atormentam desde os primórdios de nossa civilidade.

É bem sabido, tanto de forma teórica, como prática, que a proposta revolucionária de acabar com a exploração e opressão não se faz com uma pessoa só e que é necessário muita gente envolvida e envolver muita gente, de forma voluntária e de forma respeitosa é  um acontecimento bem difícil e cansativo.

Exigir um compromisso sincero com mudanças radicais é uma exigência muito delicada, frágil que por qualquer pequeníssimo detalhe, às vezes detalhes superficiais e falhas de comunicação básica, se fragmenta em milhares de pedaços, impossibilitando futuras uniões, celeumas que muitas vezes permanecem insuperáveis por gerações. 

Nessas situações, os grupos e pessoas  autoritárias, se fazem valer por argumentos de força, de imposição e controle. Geralmente conseguem de forma muito arrogante e presunçosa, a luz de pessoas pensadoras também impositivas, tomarem o controle e prevalecer seus conceitos “universais” para uma revolução, levando novos grupos de pessoas totalitárias ao poder e querendo ficar nesse poder, sacrificam todas as possibilidades revolucionárias de participação popular. E o ciclo exploratório e opressivo recomeça em seu esplendor e glória, tornando mais um episódio de miserabilidade para todas as pessoas que estejam de fora do banquete revolucionário das vanguardas oniscientes e onipotentes.

Estou escrevendo por demais, e o comunicado se estendeu um tanto, quem pulou o texto numa leitura dinâmica, direto ao assunto, 2024, será feita mais ações, nascendo das cinzas anárquicas que o movimento provocou.

Na luta somos dignas e livres!

Comunicado a quem tenha interesse
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