É passada a hora de atuarmos em nossos locais de trabalho, construindo um novo sindicalismo, livre do modelo sindical que hoje impera, uma péssima herança da ditadura de Getúlio Vargas.
Não só é um sindicalismo corporativo e hierarquizado de forma que a única atuação das pessoas trabalhadoras é serem obrigadas a pagar o modelo, através de uma contribuição obrigatória. Nesse modelo existem mais de 6 centrais oficiais e mais umas 3 buscando sua oficialização. Juntas, possuem um poder de produção e distribuição nunca vistos antes e que poderiam criar uma novas sociedade, apenas com a estrutura sindical. Mas esse poder das pessoas trabalhadoras está sobre o controle do Estado e esse nas mãos das patronais, que associados em sindicatos grandes e poderosos, mandam e desmandam na política trabalhista do país. Dos partidos, não podemos esperar coisa nenhuma, porque seus quadros buscam espaços no Estado para aumentar seu poder, a revelia da população explorada e oprimida.
Então cabe as pessoas trabalhadoras romper com o modelo, criando uma força legitima livre. O caminho é construir um modelo sindical baseado em ramos de produção e distribuição, unindo as pessoas trabalhadoras em vez de dividi-las em categorias como é usado atualmente. Esse sindicalismo deve bater de frente com as entidades de classe criadas para dividir as pessoas trabalhadoras: são os conselhos regionais, estaduais e federais de certos trabalhos; são as CIPAs. Essas construções são apoios que ajudam as patronais se manterem seguras enquanto que as pessoas trabalhadoras não possuem nenhuma instrução sobre o sindicalismo, ou de sua união. Do modelo usado, só recebem o mínimo necessário para serem manobradas em seus esquemas de busca e manutenção do poder pelas diretorias sindicais profissionalizadas.
Não! O sindicalismo é para nós a livre associação de todas as pessoas trabalhadoras em busca de bem estar e liberdade, coisa que só obtém com sua emancipação feita por suas próprias mãos. Em vão será buscar isso em algum representante ou nos modelos institucionais.
Na luta somos dignas e livres!