Na anarquia há princípios, que ao serem aplicados pelas pessoas, orientam para um mundo onde tudo que é necessário está disponível e acessível para todas, de acordo com as possibilidades de cada uma, numa sociedade solidária e igualitária. E para o desenvolvimento e aprofundamento de todas, somente pela experiência e vivência cotidiana é que ocorre as transformações/revoluções, é na ação direta que as coisas acontecem e não em processos especulatórios ou hipotéticos originados de masturbações mentais.

Estamos diante da humanidade, que vive num sistema onde você tem que “matar um leão por dia” para sobreviver. Nesse cenário, é incerto afirmar que de uma hora para outra, uma pessoa passará a respeitar outra pessoa assim, ao estalar de dedos. Será que as pessoas entenderão que igualdade e solidariedade significa repartir igualmente tudo o que temos, para que ninguém fique sem sua parte? Vivemos um loop (ouroboros) de exploração e opressão, onde as pessoas dominadas são condicionadas a serem o combustível descartável para alimentar essa continuidade. Cada geração é submetida a pensar como os grupos dominantes, mas viver de forma deplorável como pessoas dominadas. Cada leão vencido neste processo são milhares de pessoas oprimidas, exploradas, mas que não vemos atrás da leonina pele falsa, criada pelas raposas dominantes que estão divertindo com nossa miséria.

Uma referência muito importante para anarquizar, é não explorar, não ser explorada, nem oprimir, muito menos ser oprimida. Com isso em evidência, podemos compor os blocos sociais, a construção ou destruição do que seja. Isso gera as condições para em qualquer momento, ambiente e tempo fazer anarquia, mantendo a liberdade equilibrada entre todas as pessoas envolvidas.

Com esse conceito presente, será muito difícil que alguém explore e que pessoas se deixem explorar, a menos que seja uma seção sado/masoquista! Da mesma forma que uma pessoa opressora não poderá oprimir aquelas que sejam insubmissas.

Mas atenção! Em um ambiente livre entre pessoas iguais as chances que pessoas exploradoras e opressoras consigam prevalecer é reduzido, mas não impossível! Principalmente pela narrativa temporal, somos resultado de séculos de opressão e exploração, onde a referência social é manter essa estrutura desigual. A cada geração, o resultado do controle social é quase absoluto!

Há sim, pessoas, grupos, coletivos, associações que se levantam contra esse controle social, mas assim como no mito de Sísifo, quando próximos do pico, a pedra rola novamente para base, e precisamos recomeçar a levá-la ao topo. A tarefa de ruptura desse loop de exploração e opressão é necessária por cada pessoa, nessa luta somos dignas e livres!

O loop de exploração e opressão
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