É uma ilusão ver no sindicalismo solução revolucionária, mas é um apoio imprescindível para o processo de mudanças sociais profundas.

A estrutura sindical legal/oficial/reformista é constituído de maneira perversa que leva ao isolamento dos trabalhadores e até interesses opostos. O corporativismo, a organização fascista no meio do trabalho tornou-o extensão controlada do capitalismo. Portanto a nova sociedade não poder ser baseada nesse sindicalismo, mas sobre uma nova forma de organização
que correspondem a uma outra realidade, libertária e igualitária.

No Brasil, a ação sindical que era livre e combativa, baseado no sindicalismo revolucionário foi reprimido pelos governos da Republica Velha e no auge pela ditadura de Getúlio Vargas. Esse ditador fechou os sindicatos livres e impôs uma organização trabalhista autoritária, inspirada no modelo fascista italiano. Determinou para os sindicatos uma filiação compulsória aos órgãos do Estado, roubando-lhes dessa forma, a liberdade de ação e resistência revolucionária, uma marca reconhecida do anarcossindicalismo brasileiro. Lembremos que o anarcossindicalismo no Brasil foi a base para organização obreira, alavancando inúmeras lutas, desenvolvendo uma educação racional, assistência as famílias obreiras e na construção de inúmeras bibliotecas e espaços de cultura social.

O sindicalismo revolucionário embora perseguido durantes décadas, retorna nos anos 80, agrupando anarquistas na luta emancipatória dos
núcleos pró-COB e denunciando o sindicalismo reformista/fascista/legal existente.

Atuação geral dos anarquistas foi e é de rompimento com o modelo legal e a formação de sindicatos livres e legítimos de nossa classe, de nossa gente.

O anarquismo estará onde nossa gente está, nos locais de trabalho, nas moradias, nas fábricas e campos, nas escolas, nas ruas e não podemos deixar que sejamos usados para justificar parcerias inexistentes com
partidos políticos ou com sindicatos “legais/oficiais”.

Não podemos nos submeter nos movimentos sociais às práticas autoritárias
ou jogos políticos partidários, e devemos combatê-los, denunciando a nossa gente essa manipulação para fins de poder apenas e por um pequeno grupo de aproveitadores.

Cabe como anarquistas, rompermos com essa lógica autoritária e promovermos a consciência e educação libertária, propulsora para liberdade e bem estar de nossa gente de fato, onde ela é o vetor principal no movimento de emancipação e não uma marionete nas mãos de habilidosos políticos e seus partidos sem escrúpulos.

Temos a noção que a construção de um movimento social é com liberdade e não com submissão às ideias absolutistas da esquerda institucional ou vanguardista.

Nossa luta não é para sermos meros apêndices nos movimentos sociais como aliados de partidos e sindicatos “legais”, mas no avanço de um movimento emancipador em todos os espaços e áreas por todas as pessoas
anarquistas, tendo como referência a própria anarquia.

Não podemos abandonar a luta sindical aos grupos reformistas, autoritários, fascistas, aos partidos e esperar que eles sejam “nossos mecenas” como algumas supostas federações anarquistas escrevem. A luta sindical anarquista é resgatar as práticas do passado e romper com fascismo sindical atual. A anarquia é luta direta contra qualquer forma de
controle, seja de direita, seja de esquerda.

É o que realizamos como anarquistas ao nos vincularmos ao sindicalismo revolucionário ou anarquia sindical. Nada esperamos do sindicalismo “oficial”, fazemos nós por nós mesmos, na melhor tradição anarquista, formando núcleos sindicais revolucionários nos locais de trabalho, reorganizando a luta em moldes libertários de autogestão, federação,
solidariedade, apoio mutuo e ação direta.

Avançamos, na construção do comunismo libertário através do sindicalismo revolucionário!

Anarquia e Sindicatos
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