A guerra civil espanhola geralmente se refere ao período de lutas e transformações políticas e sociais que ocorreram na Espanha (1936-1939) efoi um conflito brutal entre as forças republicanas, que incluíam uma coalizão de partidos de esquerda, sindicatos e milícias populares, e as forças nacionalistas lideradas pelo general Francisco Franco.
Foi caracterizada por uma série de mudanças radicais que ocorreram principalmente nas áreas controladas pelos republicanos, principalmente pelos grupos anarquistas. Durante esse período, várias transformações sociais e econômicas significativas ocorreram, incluindo a coletivização da terra, a criação de comitês e coletivos autônomos, a participação política direta da população e o fortalecimento dos movimentos operários e anarquistas.
Os anarquistas desempenharam um papel significativo durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). A Espanha tinha uma forte tradição anarquista na época, com um movimento sindicalista e anarquista organizado representado principalmente pela Confederação Nacional do Trabalho (CNT) e pela Federação Anarquista Ibérica (FAI).
Durante a guerra, as pessoas anarquistas e seus sindicatos desempenharam um papel crucial na resistência contra o levante militar liderado por Francisco Franco. Eles mobilizaram milhares de pessoas trabalhadoras e pessoas camponesas para formar milícias populares e combater as forças nacionalistas. Essas milícias foram formadas de maneira descentralizada, com o objetivo de defender a revolução e a causa republicana.
Uma das principais características da revolução espanhola foi a coletivização da terra. Milhares de fazendas foram coletivizadas e colocadas sob controle coletivo dos trabalhadores rurais. Essas comunidades agrícolas coletivas funcionavam com base em princípios socialistas, em que as terras eram cultivadas e os produtos eram distribuídos de forma igualitária entre os membros da comunidade.
Além disso, várias indústrias foram coletivizadas, especialmente nas áreas urbanas. Fábricas e empresas foram tomadas pelos trabalhadores e administradas democraticamente. As pessoas anarquistas defendiam uma abordagem libertária da guerra, enfatizando a autogestão, a igualdade e a participação direta. Elas se opunham tanto ao fascismo de Franco quanto ao estabelecimento de um Estado autoritário republicano. Dentro das áreas controladas pelas pessoas republicanas, as pessoas anarquistas implementaram práticas de coletivização da terra e da indústria, criando comunidades autogestionárias onde as pessoas trabalhadoras tinham controle direto sobre seus meios de produção.
Essas experiências de autogestão e coletivização foram particularmente notáveis na região da Catalunha, onde as pessoas anarquistas tiveram uma influência significativa. Lá, elas estabeleceram uma economia coletivizada, onde terras, fábricas e serviços públicos foram colocados sob controle direto das pessoas trabalhadoras e da população local. Essas experiências foram vistas como um exemplo de como uma sociedade baseada em princípios anarquistas poderia funcionar na prática.
No entanto, é importante ressaltar que a atuação das pessoas anarquistas na guerra civil espanhola gerou tensões e conflitos com outros grupos políticos republicanos, como comunistas e socialistas. Esses grupos tinham uma visão muito centralizada do poder e buscavam estabelecer um Estado forte para enfrentar Franco, enquanto as pessoas anarquistas defendiam uma abordagem mais descentralizada e baseada na autogestão.
Apesar das tensões internas e das divergências ideológicas, as pessoas anarquistas lutaram bravamente durante a guerra civil espanhola e tiveram um impacto significativo na resistência republicana. No entanto, após a vitória de Franco, muitas pessoas anarquistas foram perseguidas e reprimidas durante a longa ditadura que se seguiu, o que levou ao exílio de muitos delas ou à clandestinidade dentro do país.
A participação das pessoas anarquistas na guerra civil espanhola continua a ser objeto de estudo e inspiração, sua luta pela liberdade, igualdade e autogestão deixou um legado duradouro para o movimento anarquista mundial.