O processo de formação das pessoas trabalhadoras, seja de nível básico, técnico, graduação ou especialização de qualquer área, passam de forma superficial ou mesmo deixam de lado as conversas sobre organização das pessoas trabalhadoras como estrutura de defesa de seus próprios direitos.
No Brasil isso ocorreu com a intervenção do Estado nas questões trabalhistas, organizando toda a jurisprudência do mundo do trabalho nos moldes fascistas oriundos da Itália. Isso lá no século passado, na gestão totalitária de Getúlio Vargas.
Retirou a força dos sindicatos livres e independentes, submetendo-os ao controle prévio do Estado, sempre apenas um por categoria em cada região de abrangência. Isso quebra a capacidade das pessoas trabalhadoras de se unirem em sindicatos que tenham maior afinidade. As organizações das pessoas trabalhadoras são mais enfraquecidas com a criação dos conselhos específicos de pessoas trabalhadoras (como de engenharia civil, medicina, educação física, advogados, etc). O que acontecia era que antes de Getúlio Vargas, as questões referentes ao trabalho eram tratadas como caso de polícia e a única palavra válida nestas questões era da patronal.
Assim que é implantada a Consolidação das Leis Trabalhistas, colocam a organização das pessoas trabalhadoras em uma sistema submisso ao conceito de harmonia entre a patronal e as pessoas trabalhadoras, tendo o Estado, um mediador vendido aos interesses da patronal. Isso se manteve até ao fim do século XX, quando uma transformação mundial dos meios de produção redesenhou as estruturas trabalhistas em todo o mundo, remodelando a mão de obra de forma a ser extremamente exigida, altamente qualificada, inversamente recebendo monetariamente abaixo do exigido.
Conjuntamente um discurso promovido pelas Agências de Recursos Humanos de que as pessoas trabalhadoras devam ser mais que colaboradoras, empreendedoras penduradas nos lustres, dedicando fanaticamente na produção de riqueza que nunca foi distribuída e nunca será entregue ou melhor, nos devolvida.
As reformas trabalhistas ampliaram os direitos das patronais, das forças empresariais e retirou muitos avanços trabalhistas. Em um cenário totalmente desfavorável, porque as organizações das pessoas trabalhadoras, desacreditadas, desprestigiadas, enfraquecidas, agonizam.
Retomar essa conversa, refundar e reativar espaços organizados das pessoas trabalhadoras, buscando o enfrentamento direto contra o roubo de nossa produção, é uma necessidade preemente.
Na luta somos dignas e livres!