Pessoas irmãs, a muito tempo temos sofrido ataques diretos do patriarcado e do machismo. Duas concepções extremamente violentas e o pouco de dialogo que conseguem manter se baseiam em “argumentum ad hominen”, falácias que atacam as pessoas e não a vertente de pensamento e invariavelmente apelam a ameaça direta ou indireta. Ambas se mantém e se sustentam através do controle hierarquizado, impositivo e intolerante.
Milhares de pessoas são vítimas recorrentes dessas duas concepções das mais diversas formas de crimes, desde de um gaslighting (termo em inglês que significa uma inversão dos papéis da pessoa opressora/oprimida através de um assédio manipulador mental) até aos brutais assassinatos diretos.
É do mais recente feminicídio que destacamos, perpetrado da forma mais vil e covarde, uma vez que não ofereceu nenhuma forma de defesa as pessoas assassinadas. Ocorrido em Campinas, na noite de réveillon 2016/17, a pessoa machista Sidnei Ramis de Araujo cometeu um atentado terrorista, matando a tiros 12 pessoas, sendo 9 delas mulheres de idades variadas. O sacripanta cometeu suicídio, mas deixou um monte de mensagens e uma carta onde se justifica invertendo sua condição de pessoa opressora e acusando o feminismo e as leis de proteção para as mulheres como motivo para o que fez.
O mais alarmante nesse lamentável episódio é que milhares de pessoas estão se identificando com esse assassino e é possível que se torne uma pessoa mártir do machismo/patriarcado onde motive o aumento da truculência do autoritarismo machista que tem usado discursos de ódio e de intransigência diante do processo de maior visibilização da violência contra as mulheres ocorrido nestes últimos 20 anos. Salientamos que todo o empenho das diversas entidades feministas, pouco tem se avançado de fato nas relações impositivas decorrentes do machismo/patriarcado. O número de agressões contra mulheres continuam altíssimos.
Não basta nosso repúdio ao machismo e ao patriarcado que tem assassinado sistematicamente milhares de pessoas, a importância do fortalecimento de uma rede de solidariedade e de uma resistência enérgica se faz urgente, de forma a manter a integridade física e psicológica de todas contra o machismo e patriarcado terroristas acobertado por um Estado gerido por pessoas representantes dessas concepções excludentes e autoritárias. Façamos nós o que nos diz respeito, de forma direta!
Não esqueceremos, não perdoaremos essa chacina!
Nenhuma a menos!
Pela emancipação total de todas as vidas, saúde e anarquia!