A anarquia é uma palavra que significa sem governo e é de onde se constrói seus fundamentos. A principal referência é que na anarquia, não se oprime e muito menos se é oprimida; não se explora e nem se é explorada. Tudo mais se deriva dessa orientação no que se diz respeito da anarquia.
A anarquia possui uma crítica da dominação seja ela exercida das mais diversas formas (econômica, política, social, cultural, ambiental, sexual, religiosa etc). Essa crítica é construída no dia a dia, na forma de práticas de autogestão social, ações coletivas e individuais diretas e descentralização de todas práticas políticas.
De forma simples, a autogestão é a prática de engajamento das pessoas no gerenciamento direto da sociedade em todos os seus aspectos existenciais e que torna o Estado desnecessário.
Ação coletiva direta tanto realizada por uma pessoa ou por um grupo de pessoas é o passo de assumir o próprio protagonismo da vida e não entregar isso ao alheio, aos outros.
A descentralização das práticas políticas uma consequência da autogestão, porque com mais participação social, menor a necessidade de partidos políticos e do Estado, que são estruturas de poder e de controle social.
Mas só isso?
Sim, só!
Na medida que as as pessoas compreendem que a importância de não oprimirem e nem serem oprimidas, que não explorem e nem sejam exploradas, uma infinidade de possibilidades de relações estruturais se formam e cada uma é tão válida na medida que se mantém a orientação básica acima descrita.
Por exemplo, há organizações que se vinculam fortemente com a questão da libertação animal e adeptas do veganismo; enquanto que há outras engajadas com emancipação das pessoas trabalhadoras; há aquelas que militam em tudo que se refere a homoafetividade e questões de gênero; e há inúmeras que estão na luta por conta de questões étnicas e raciais. São exemplos de lutas distintas que possuem um grande potencial anárquico e poderão, dentro das possibilidades, se apoiarem no processo de emancipação que todas carregam. Mas não se pode reduzir essas lutas ou tornar uma a mais importante, porque todas são frentes de ação social e serem tratadas com o devido respeito.
Veganarquismo:
é um movimento em defesa de todos os seres vivos (dos animais e pessoas, até mesmo porque as pessoas são animais!) e da libertação da Terra das relações de opressão e exploração.
Anarquia-Sindical: é a proposta organizativa de todas as pessoas trabalhadoras, que prima pela defesa de seus direitos enquanto produtoras de riquezas, e em médio a longo prazo, obter o conhecimento e o controle sobre a cadeia de produção, de forma coletiva e autogerida, proporcionando as bases materiais econômicas para uma sociedade anarquista que sem governo, se mantém com organização.
Anarcafeminismo: Proposta de transformação da sociedade sob a perspectiva dos conflitos de gênero; é um conceito de superação do patriarcado sem pretender estabelecer outras formas de domínio em seu lugar. Trata-se de um caminho para se vivenciar a anarquia para chegar à sociedade libertária.