Filha de imigrantes italianos, nasce no Espírito Santo do Pinhal, no Estado de São Paulo. Começou a trabalhar aos 12 anos como aprendiz de costureira na Rua Uruguaiana, sem que recebesse de início nenhum salário, e depois passou a receber 10 mil réis por mês.
Conhecia a Liga Anticlerical, e, por essa época, (1911-12), a jornada de trabalho começava às 8 horas e terminava às 19 horas; quando o serviço apertava, prolongava-se até às20 e 22 horas. Aos poucos, Elvira forma-se profissionalmente como costureira e começa a ter contato com jornais operários e anarquistas. Impulsionada pelo anarco-sindicalismo, em maio de 1919, com 50 companheiras de profissão, forma a União das Costureiras, Chapeleiras e Classes anexas, que funcionava na sede da União dos Alfaiates do Rio de Janeiro. Dentre as companheiras estavam Elisa Gonçalves de Oliveira, Aida Morais, Isabel Peleteiro, Noemia Lopes e Carmen Ribeiro. Coube a Elvira a tarefa de ler o discurso de inauguração da União, publicado depois pelo Jornal do Brasil.
A primeira iniciativa da associação das operárias e costureiras, ainda em 1919, foi deflagrar greve pelas 8 horas de trabalho. Muitas grevistas foram punidas com demissão sumária. Não obstante, apesar das medidas repressoras, as trabalhadoras continuaram sua marcha emancipadora, publicando manifestos, e, no 3o. Congresso Operário Brasileiro, Elvira e Noêmia Lopes representaram as costureiras.
Ela representou peças anarquistas e anticlericais, levadas à cena por grupos amadores nos palcos dos salões das associações operárias do Rio de Janeiro. Sua irmã, Carolina Boni, também participava do movimento anarquista, especificamente das peças teatrais e da Liga Anticlerical. Elvira participou na revista Renovação, dirigida por Marques da Costa, emprestando-lhe o nome como responsável (o diretor era estrangeiro e não poderia ser responsável). Num de seus artigos, intitulado A Festa da Penha, ela mostra o lado triste e hilariante das pessoas pagadoras de promessas que subiam as escadarias da Penha de joelhos. Com as divergências entre as pessoas partidárias e as pessoas anarquistas, Elvira Boni se afasta do movimento libertário.
(do material Mulheres Anarquistas vol. 01, clique aqui para acessar)