Editorial (Janeiro de 2003)
Este jornal tem como proposta, através de seus textos, divulgar as ideias que norteiam o socialismo libertário, ou anarquia.
As ideias anarquistas sofreram por mais de 200 anos, terríveis ataques e perseguições por parte de seus vários inimigos, sejam eles das elites dominantes, dos partidos de direita e de esquerda, das igrejas, dos Estados
burocráticos e das democracias capitalistas.
Através desses inimigos, o anarquismo foi insultado, ridicularizado e inferiorizado, seus apologistas foram presos, torturados, exilados e mortos. Mesmo sobre o terror desses inimigos, o anarquismo se mantém presente
e atualizado, promovendo amostras de seu potencial construtivo no meio do caos do capitalismo reinante e de seu liberalismo conservador.
O pensamento anarquista conseguiu mostrar versatilidade no curso da história. Na Primeira Internacional manteve viva a chama da liberdade e da descentralização contra os socialistas autoritários marxistas. Na Comuna
de Paris, era maioria e resistiu bravamente ao ataque do rei francês e seus aliados. Na Espanha, a CNT, Confederação Nacional do Trabalho, de influência anarquista e a FAI (Federação Anarquista Ibérica) enfrentou e
resistiu ao ditador Franco. No Brasil, os sindicatos livres e de influência anarquista, do inicio do século eram fortes e conseguiram enormes vitórias em greves, até serem desmantelados pelo governo do ditador Getúlio Vargas. Na Ucrânia, mais de 200 mil pessoas viveram sobre os princípios
anarquistas, até serem atacados covardemente pelo vanguardista Trotski e o seu exército vermelho. Em 1968, as ruas foram tomadas em prol de mudanças no comportamento da sociedade capitalista, doente e paranoica.
As barricadas por liberdade estiveram presentes nestes episódios e que a “história oficial” nos escondem ou dizem que não é importante.
Nos dias de hoje, as barricadas libertárias se levantam mais uma vez, contra os velhos inimigos e seus novos aliados, seus novos planos como a ALCA, como os projetos de Segurança Nacional, estas formas de repressão e exploração atualizadas que destroem o nosso planeta a olhos vistos.
Às Barricadas contra isso! A Revolução é mais que uma opção, é uma necessidade.