Desde que as interações sociais foram “virtualizadas”, sabemos dos riscos contidos nesse processo. Muitas pessoas se entregaram ao cyber-ativismo e procuram desestabilizar os programas das instituições do capital, corrompê-los com vírus e destruindo suas bases de informações.

Mas a maioria não tem nenhum conhecimento mais profundo sobre tudo isso, se limitando apenas ao uso comum, um usuário simples e por isso, vulneráveis aos rastreamentos e controles de sistemas desenvolvidos com esses propósitos. Nesse contexto, é muito importante, que as pessoas militantes anarquistas, principalmente aquelas que usam de meio eletrônicos.

Temos especialistas e servidores seguros que garantem que uma parte de nossas informações e ações virtuais não sejam interceptadas e que possamos usufruir dos benefícios operacionais que a informatização oferece como a interação com grupos e pessoas distantes no país ou fora.

Nos último 20 anos, muitos dos grandes levantes políticos e sociais tiveram grande apoio e formação através das informações disponíveis pela rede virtual.

No Irã, manifestações de rua forma organizadas por twitaços, como também a Primavera Árabe teve sua organização e divulgação pelas redes sócias virtuais. Os movimentos de Ocupação de Praças influenciados com o que ocorreu nas Acampadas na Espanha e Wall Street no EUA foram uma amostra do que é possível fazer tendo o apoio de ferramentas tecnológicas unidas a estruturas convencionais de luta revolucionária. Muitas manifestações de rua tem amplificada sua força pela postagens de milhares de participantes.

A união desses dois mundos, ampliam nossas capacidades organizativas e nosso alcance, na intenção de amplificar nossas propostas de emancipação. Neste sentido, temos que tomar todo o cuidado em não misturar os canais, causando mais problemas do que soluções.

As pessoas militantes que não conhecem de softs e programação, que são meros usuárias devem ter muito cuidado no uso e avaliar sempre que tipo de informação está oferecendo.

Existe um monitoramento muito grande das ações que considerem “subversivas” ou que propaguem o colapso do sistema vigente. Nesse caso, um recurso fácil é simplesmente usar os meio eletrônicos só para difundir coisas mais amenas e aquilo que for muito importante, que seja feito, de preferência ao vivo, evitando assim uma visibilidade desnecessária. Como exemplo: Por várias vezes militantes convocam a formação de black bloc nas redes sociais como se fosse um chamado para o chá das 5! Desnecessário escrever que não é assim que se forma um black bloc, mas é exatamente o contrário. Do contato individual é que ele se dá e sempre construído com um proposito claro e com pessoas militantes com alguma experiência de enfrentamento de rua e que darão uns toques ao vivo, do que fazer nas várias situações de conflito de rua.

Isso tudo, longe da vista das webcams e das redes sociais, onde deve circular materiais devidamente preparados para essa propaganda virtual.

Por questão de segurança assuntos internos ou relativos a ações revolucionárias evita-se nas redes sociais e e-mail de grandes corporações. Aliás, devemos lembrar que as grandes corporações comandam vastos espaços virtuais com grandes lucros em vários bilhões de dólares.

Isso por si só é uma motivação para se evitar o uso ou mesmo ações de boicote a tais mercenárias. Essas corporações possuem convênios com os governos e seus aparelhos de repressão, assim, repetimos, muito cuidado com o que postam ou como usam a rede, sem os conhecimentos adequados, poderão sofrer perseguições e até serem alvos de prisões.

No Brasil, está em vigor um novo código penal adequado as o crimes virtuais, buscando dinamizar os processos de investigação nessa área.

Terminamos lembrando que todas as ferramentas de luta são importantes, mas devemos ter todo o critério de segurança para usá-los. Ao contrário do capital, nossos recursos são poucos e devemos otimizá-los ao máximos para manter a luta de emancipação a que estamos vinculadas.

Saúde e anarquia!

As redes sociais e o anarquismo
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