De 2 em 2 anos somos forçadas, obrigadas a dar um ok ao sistema eleitoral, um joinha para a política institucional a nos imposta como único caminho possível (só se for para cair de um penhasco!). Se forma uma enxurrada de gente nas seções eleitorais, cada pessoa com suas colinhas poluidoras, com ou sem muito critério, sem entenderem o que fazem. Isso não importa.
Chamam isso de democracia, quando uma população em sua grande maioria, despreparada, desinformada, crentes de grupos virtuais de notícias falsas, manipuladas, realizam o escrutínio (ou escrotice) em urnas eletrônicas, blindadas, incorruptíveis, infraudaveis, em um país que pessoas são amestradas em obedecer, serem oprimidas e exploradas, colaboradoras passivas felizes mas excluídas da festa que fazem com nossa cumplicidade eleitoreira ao aprovar votando essa situação, não importando a candidata ou partido.
O fato é que a eleição não é para eleger pessoas candidatas como parece ser.
O sistema político brasileiro molda e moldará sempre qualquer pessoa eleita, assim como os partidos também são moldados a não terem nenhum tipo de proposta radical ou de ruptura, até porque, para uma ruptura, não precisa de autorização do Estado. Então, não importa o quão ótima ou péssima seja a pessoa candidata vencedora da escrotice eleitoral. Ela será mais uma peça nesse jogo de aparências.
Mesmo que os grupos sociais virtuais estejam esparramando uma enormidade de informações de valor duvidoso, muitas escancaradamente falsas contra ou a favor de A contra B ou de C contra D. Não importa, cada lado, cada partido, cada pessoa candidata terá as maiores virtudes, as melhores intenções e todas tem a convicção que estão mais preparadas para assumir os cargos que disputam e possuem as melhores respostas e ações para resolverem todas as questões que lhe forem apresentadas.
Isso não importa!
O processo eleitoral é quantitativo e obrigatório, uma orda de pessoas votantes com as mais variadas formas de fazer a sua escolha vão obrigatoriamente fazê-lo, querendo ou não. Isso retira a qualidade do processo de escolha, boa parte das pessoas que ganham as eleições não possuem a capacidade de exercer o mandato que conquistou, em boa parte através de ilusões, ameaças e mentiras. Mas isso não realmente não importa, porque o processo não quer saber quem vai ganhar, afinal, alguém vai.
O fato maior da eleição em que nos atentamos é sobre a sua aprovação e manutenção.
A insatisfação e frustração com o modelo tende a um desencanto nesse modelo político que mantém as relações de poder e desigualdades em níveis desastrosos, indica a importância de não se votar, um rompimento do processo que até agora nos dizem democrático, mas é apenas um show de aparências impostas. A democracia moderna é uma falsidade mantida para o controle de nossa gente oprimida e explorada. As eleições alimentam um restrito grupo de pessoas privilegiadas e deixa na fome e miséria uma multidão de pessoas.
Uma ruptura, uma revolução é que se necessita, é feita de forma horizontal, sem partidos, sem profissionais parasitas políticos. É um aprendizado coletivo.
Qualquer eleição imposta, tutelada, de cartas marcadas, moldada para atender aos grupos poderosos e manter a opressão e exploração sobre nossa gente não promoverá o fim das desigualdades sociais brasileiras.