A aprendizagem em qualquer área exige tempo, dedicação e uma profunda vontade de transformar a si no processo, já que ele viabiliza a possibilidade de mudanças para própria pessoa e para as pessoas que a cerca quando a prática de ensino tem esse perfil fluido de aprender ensinando e ensinar aprendendo, uma interatividade fluida entre todas as pessoas envolvidas.
Apresento essa condição para salientar que participar e entender política entra nessa condição de aprendizado, de educação.
De dois em dois anos, somos obrigadas a votar, já que é um processo obrigatório por imposição de lei. E em nenhum momento, mesmo com o aumento consistente e gradual das abstenções eleitorais a cada biênio, se cogita em repensar esse processo eleitoral de forma a desenvolver condições de efetiva cidadania em cada pessoa. Pessoas cidadãs não são só meros números e não só exercem cidadania exclusivamente por um voto obrigado em estruturas de cartas marcadas.
Se tornam elementos participativos na política e que muda também o entendimento dos partidos e das pessoas representantes eleitas. Isso é um aprendizado que se faz na prática, em todos os espaços coletivos é possível exercermos política diretamente.
Quando entendemos isso, e verificamos por exemplo, as gestões presidenciais mais recentes, o comportamento das pessoas gestoras, suas práticas e principalmente a quais interesses atenderam, notamos uma diferença entre o apresentado na campanha e o que foi feito na gestão.
Desde a colocação de pessoas em cargos por conveniência, pessoas sem preparo técnico ou competência necessária para o exercício do cargo, até o roubo sistemático dos recursos preciosos para áreas importantes como educação e saúde.
Diante deste breve histórico, o voto consciente tende a avaliar pessoas candidatas e seus partidos em sentido de uma perspectiva de mudança profunda de democracia direta, sem partidos, sem representantes políticos com cheques em branco, fazendo o que bem querem. É o aprendizado de uma política engajada da gente, com a gente e para gente.
Na luta somos dignas e livres!