
No espaço da empresa, não permita que te anestesiem com a mentira conveniente de que suas conquistas são dádivas da gerência. Isso é propaganda patronal, pura e simples, fabricada para te manter obediente enquanto te espoliam.
A patronal não te dá nada — ele te saqueia diariamente, com método, contrato e cinismo, apropriando-se de parte do valor que você produz e chamando esse roubo de “liderança”. Cada resultado alcançado nasce da tua carne, do teu tempo roubado, da tua energia drenada até a exaustão, enquanto ele apenas assina, cobra e sorri para cima, com um tapinha nas costas e te diz: -“Pessoa colaboradora, é bem dedicada, você vai longe!”
A empresa não recompensa mérito; ela extrai até o limite e devolve migalhas embrulhadas em discurso corporativo. Bônus é anestesia, promoção é isca, elogio é fumaça. Suas conquistas são exclusivamente suas, conquistadas apesar da chefia e da patronal, apesar da pressão, apesar do medo constante de descarte. O chefe, a patronal não é tua amiga — ela são gerentes da exploração, o intermediário entre o teu trabalho e o lucro, da riqueza que nunca será tua.
A “amizade” termina no primeiro corte, na primeira meta impossível, no primeiro número vermelho. Entender isso não é radicalismo, é sobrevivência política. É rasgar o teatro da gratidão forçada e encarar a verdade nua: enquanto você produz tudo, eles se apropriam de quase tudo — e ainda exigem que você agradeça.
Na luta somos dignas e livres!





