A reforma agrária é um tema complexo e controverso que tem sido debatido há décadas em nosso país.
Existem várias razões pelas quais a reforma agrária é considerada relevante no contexto brasileiro. Uma enorme desigualdade fundiária no Brasil, onde apresenta uma das maiores concentrações de terras do mundo, onde uma parcela relativamente pequena de proprietários controla a maior parte das terras. Essa concentração fundiária contribui para a exclusão social, a pobreza e a falta de oportunidades para uma grande parcela da população rural. A reforma agrária busca corrigir essa desigualdade, promovendo uma distribuição mais justa e equitativa da terra.
Não houve uma distribuição da terra, ela roubada dos povos originários a partir da invasão iniciada pelos povos europeus e isso se manteve, levando a desigualdades sociais e emocionais persistentes até o momento atual. A reforma agrária pode busca corrigir essas desigualdades, promovendo uma distribuição mais justa dos recursos agrícolas, realizando justiça social no campo.
No Brasil, um pequeno número de pessoas proprietárias controla a maior parte das terras agrícolas, enquanto a maioria das pessoas agricultoras trabalha em pequenas parcelas ou são arrendatárias. Isso pode resultar em insegurança alimentar, já que a produção de alimentos fica concentrada em poucas mãos, focadas em produção de commodities. Com uma reforma agrária baseada na produção diversificada e orgânica, aumentaria a produção de alimentos ao dar acesso à terra para mais pessoas agricultoras.
A reforma agrária contribui para o desenvolvimento econômico das áreas rurais, efetivamente como condições de vida e de trabalho das pessoas agricultoras. Isso pode ser alcançado por meio do acesso à terra, crédito agrícola, educação agrícola e outros recursos necessários para melhorar a produtividade agrícola. O conhecimento agrícola no Brasil é bem grande, uma vez que foi e é mantido pelo setor agrícola que o maior gerador de divisas de exportação do país, embora os rendimentos obtidos dessa forma ficam concentrados nas mãos dos grandes latifundiários, uma grupo de enorme força e influência politica, de perfil conservador e retrogrado no que diz respeito a questão de distribuição de terras ou seja, da reforma agrária.
No entanto, é importante reconhecer que a implementação da reforma agrária é um grande desafio e pode gerar consequências negativas se não for bem intuitiva e executada. Alguns argumentos contra a reforma agrária incluem que a divisão de grandes propriedades em pequenas parcelas pode levar a uma redução da eficiência e produtividade agrícola. A falta de recursos, tecnologia e conhecimento pode limitar a capacidade dos pequenos agricultores de maximizar sua produção, o que ocorre porque o conhecimento e apoio tecnológico está a serviço das grandes pessoas donas de terras e fazem de tudo para estrangular a produção das pequenas pessoas produtoras. As pequenas produtoras atendem em grande parte a demanda interna, que fica desabastecida pela questão do mercado internacional que dita o que será plantado em larga escala.
A redistribuição da terra levanta questões legais complexas, especialmente quando se trata de propriedades privadas. Além disso, a questão da compensação justa as “pessoas proprietárias originais” é importante para garantir que isso ocorra, desconsiderando totalmente que todas essas terras foram obtidas de forma ilegal dos povos originários, do uso de mão escrava por séculos e por processos de grilagens e fraudes, muitas acobertadas por grupos políticos dentro da maquina publica, do Estado. Ou seja, aquelas que se beneficiam da concentração da terra e do poder econômico se opõem à reforma agrária, exercem influência política para impedir sua implementação a todo custo, mantendo e aumentando a desigualdade social no país.
É importante considerar as características sociais, motivacionais e políticas envolvidas, bem como buscar soluções que promovam a equidade, justiça social e desenvolvimento sustentável no setor agrícola, ou seja, atender as necessidades das pessoas oprimidas e exploradas, que sofrem caladas por gerações, enquanto uma parcela pequena se beneficia cada vez mais com a produção agrícola do país.
Na luta anarquista e pela reforma agraria, somos dignas e livres!