Por ICN – Fenikso Nigra
Na linha do tempo de sua estruturação econômica, política e social, a essência do capitalismo se fez pelo crime na forma de roubo, intimidação,coerção e assassinato visando metas de lucros e mais lucros sobre o menor custo possível. Essa essência do capitalismo não tem como disfarçar, seu cheiro de destruição está em todo lugar, em suas embalagens, nas suas fumaças e tudo que destroi o planeta.
Por um lado, o capitalismo criminoso oficializado combate o capitalismo que ainda não está legalizado, busca reprimir suas estruturas e sufocar a ameaça. A tendência do capitalista é vencer e se sobrepor a todos, um resta um muito macabro.
Nestes três século de desenvolvimento, o capitalismo passou por muitas transformações, saindo do guetos da burgueses medievais, não reconhecidos e desprezados pelas estruturas de poder baseadas na nobreza e religiosidade. Com sua ascensão ao poder, redefine as regras do jogo, sempre buscando sua autopreservação diante de tantos desafios. A sua grande capacidade de adaptação se dá em atender demandas de países democráticos assim como sem pudor, moral ou ética, também atender as demandas de países autoritários.
A comunidade capitalista internacional não liga ao que acontece dentro de cada país, desde que não mele as projeções de lucratividade em que buscam, repito, ao menor custo possível, mesmo que seja um lucro que deixa milhões a beira do desespero, sem perspectiva nenhuma de uma vida com as necessidades básicas minimamente satisfeita.
O crime de usura é a base do capital, o crime de intimidação e coerção mantém essa demência funcionando, efetuada por uma estrutura militar adequada a preservar a estrutura funcionando.
Mas, uma bola cantada lá no século passado, na década de 50 e 60, de que a exaustão de recursos e danos ambientais não reversíveis comprometeriam a estrutura capitalista de funcionar. De lá para cá, mais acentuadamente no começo do século XXI, empresas criminosas tem feito ações, muitas delas mais de propaganda do que realmente de mudanças consideráveis em seu modus operandi, considerada “greenwashing” (Greenwashing é uma prática enganosa que consiste em divulgar produtos, ações ou políticas como sendo sustentáveis, quando na verdade não são. O termo é uma junção das palavras “green” (verde) e “washing” (lavar), e pode ser traduzido como “maquiagem verde”.).
Pegue uma Coca-cola, um MCDonald’s, uma FORD, uma Unilever, uma JBS, uma Vale e até mesmo a queridinha dos carro elétricos BYD (com escândalo de uso de mão de obra semi escrava chinesa em suas obras), empresas com uma carteira de décadas de acúmulo de bens e que deixaram um rastro de destruição de recursos, exploração e opressão de mão de obra e que, pasmem, no piscar de olhos, se tornaram todas “amigáveis do meio ambiente” e ligadas ao ESG (Environmental, Social, and Governance) que em portugues podemos entender como Ambiental, social e governança ( ESG ) e é uma abreviação para um princípio de investimento que prioriza questões ambientais , questões sociais e governança corporativa. Investir com considerações ESG é às vezes chamado de investimento responsável ou, em casos mais proativos, investimento de impacto.
Mas lembram que a base do capitalismo é o crime, é a lucratividade sem escrúpulos, e de repente toda empresa tem uma vocação ESG. O que tem acontecido é que muitas delas realizam projetos pilotos, geralmente de baixo impacto em suas estrutura organizacional e o propagandeiam como se fosse o maior projeto do mundo, apenas para manter as aparências. Outro jeito que fazem, é procurar regiões pelo mundo onde a legislação ambiental é frouxa e lá migrar uma planta industrial de grande impacto negativo ambiental, e a região ainda vai agradecer por gerar uma renda por isso.
Enquanto isso, as tentativas oficiais de firmar acordos de recuperação ambiental são feitas de forma muito vagarosa.
E aqui temos mais um exemplo claro do quanto criminoso a estrutura capitalista é: o governo do Brasil, uma das maiores regiões de diversidade de biomas, de fauna e flora, tem buscado acordos ambientais de conservação de suas áreas e dado a entender que é um país engajado com as ações contra as mudanças climáticas, ao mesmo tempo que internamente, mantém uma agenda de exploração de petróleo sem sinais que vai mudar seu rumo de colônia de exploração. Inclusive, fazer sondagens e prospecção de petróleo na foz do Amazonas que visa explorar a reserva de petróleo na região.
O projeto faz parte de um plano de exploração energética na margem equatorial do Brasil. Isso junto ao conceito do agronegócio que ao alegar que é o celeiro do mundo, tem avançado as fronteiras agrícolas de forma irregular, destruindo biomas de forma sistemática para plantação de commodity, o termo é usado sobretudo com referência aos produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores.
Estes produtos “in natura”, cultivados ou de extração mineral, podem ser estocados por determinado período sem perda significativa de qualidade, dependendo de sua conservação. Possuem cotação e negociabilidade globais, utilizando bolsas de mercadorias.
Entendamos que o agronegócio, como cria desse capitalismo criminoso, vai atender a ganância e a cobiça dos maiores lucros possíveis, sacrificando qualquer demanda interna que possa a população precisar. As dimensões continentais do Brasil, o torna um grande produtor de uma diversidade de monoculturas (soja, algodão, café entre outras) que atendem essas demandas lucrativas e deixam nossa gente refém dos preços dados pelo mercado globalizado, dirigido pela ganância e cobiça. Assegurar as mínimas condições de satisfação das necessidades básicas de nosso povo seria uma política social básica, mas que não é bem vista pelos grupos dirigentes desse país. Atender as demandas de lucratividade é mais importante do que a saúde, alimentação, transporte e trabalho do povo.
Não só o capitalismo nunca foi viável e nunca será, pelo processo de exaustão que causa no planeta como um todo, como suas ações criminosas urgem parar imediatamente, se consideramos alguma esperança de uma recuperação dos danos seculares que o capitalismo nos acometeu.
Na luta somos dignas e livres!