De bate pronto não, mas é perceptível que em meio anárquicos sempre há pessoas que se destacam a ponto de serem vistas como supostas lideranças.
É uma ilusão de quem está acompanhando e uma prepotência se estas pessoas realmente se auto intitularem como supostas lideranças. Acontece que há pessoas que possuem alguma vivência anarquista e a compartilha entre todas as outras pessoas, em muitos casos, estas pessoas entenderam a importância que todas possam se envolver diretamente de toda organização.
Como estamos presas a um modelo que impõe relações de mando e obediência em diversas formas, das mais brandas até as mais truculentas, é bem comum chegarmos na anarquia com a impressão equivocada de que tudo se pode e que não há nenhuma organização e nenhum controle e nenhuma liderança, em uma auspiciosa libertinagem, mas não é bem assim para a decepção de muitas pessoas perversas que pensam em se esconder na anarquia para agir conforme queira.
Anarquia supõe uma organização onde todas as pessoas envolvidas estão no mesmo plano, horizontal, assim não há chefias ou lideranças. Até porque sem esse tipo de organização, pessoas de perfil autoritárias tomarão o poder e isso não é anárquico.
O mesmo acontece quando surge dentro desses processos organizativos grupos que sentem como uma “específica” vanguarda ou uma “plataforma” de ações já toda moldada para que as outras pessoas digam um “amém!” submisso.
Por mais cansativo que seja uma organização com assembleias, onde todas as pessoas possam se manifestar, onde não se oprime e nem se é oprimida, não se explora e nem é explorada, de onde sai ações nem sempre as melhores, mas as possíveis para que todas se sintam contempladas, é muito mais coerente com as práticas anarquistas do que pretensas facções proto partidárias que atendem a interesses que nem sempre são de todas as pessoas oprimidas e exploradas.
As lideranças, as pessoas líderes não são necessárias na construção da anarquia. A expressividade de todas e de cada uma não será sufocada, mas potencializada pela construção da anarquia que sintetize as aspirações de liberdade e igualdade de cada pessoa participante.
Na luta somos dignas e livres!
Por ICN
