Como anarquistas entendemos que a organização social é um processo de gestão coletiva, de uma autogestão como gostamos de escrever, falar e fazer acontecer onde conseguirmos.
Sim, não votamos e desencorajamos as pessoas em votar em quem quer que seja, porque estamos cientes que as eleições não ajudam no processo de ruptura e consequente construção de uma sociedade igualitária e livre que propomos.
Se engana quem nos ataca dizendo e escrevendo que por nossa suposta omissão nas eleições, é que as piores pessoas políticas e seus partidos estão agora no poder, como a pessoa J. Bolsonaro e sua trupe/bando de horrores. Só podemos entender esse tipo de apelação vinda de pessoas que possuem o mesmo péssimo caráter.
O voto de cada pessoa não muda os processos eleitorais manipulados pelas grandes empresas, e mais ainda, cada pessoa eleitora entrega de dois em dois anos, o seu protagonismo político para qualquer partido e políticas que usam esse processo a seu benefício.
A conta de uma pessoa fascista no poder não é nossa!
Uma população mantida sob uma vigilância constante, condicionada a submissão geração após geração, perdeu sua capacidade de luta, resistência e consciência crítica. Sabemos que nem todas as pessoas nessa pressão serão cooptadas ou perderão sua capacidade de luta, porém a maioria está submetida de corpo e alma na estrutura de opressão e exploração, aceitando passivamente essa situação.
Presenciamos o aumento de práticas e atitudes de cunho autoritário motivadas pela impunidade dessas atitudes. Após as grandes manifestações e repressões em 2013 ocorreu um processo natural de repúdio popular as pessoas governantes e uma ansiedade em trocá-las por novas pessoas políticas. Oportunamente muitas pessoas políticas entraram nessa onda e foram eleitas com promessas de mudanças.
No decorrer do tempo, os fatos mostram que nada possuem de novidade e que muitas dessas pessoas, inclusive a pessoa presidente e sua gang, são vinculadas às práticas políticas clientelistas e assistencialistas como faziam suas adversárias de esquerda.
A ascensão de uma pessoa com o perfil degenerado e que demonstra total falta de equilíbrio e sensatez com muitos assuntos, ecoando seu passado de pessoa política que não economiza meios para o poder. Seu desequilíbrio mental deve ser acompanhado com muito cuidado porque poderá causar danos irreparáveis a toda a sociedade. Pessoas ditadoras possuem essa tendência provocativa e sem nenhuma base de fatos ou conhecimento mais aprofundado das coisas. Constantemente promove o ódio e outros sentimentos de modo a provocar as reações emocionais de suas pessoas adversárias, em muitas vezes, ainda invertendo a situação como se vítima fosse.
Seria ingenuidade de qualquer uma apontar que essa pessoa é agente principal nesse teatro de horrores. Bolsonaro é mais um sintoma de ódio, preconceito, discriminação, violência que permanece em nossa sociedade e nessa situação, infelizmente neutralizar essa pessoa não fará o ódio, preconceito, violência sumirem. Existem muitas pessoas como a pessoa presidente e esta só faz externar esses grupos violentos e suas excrescências multimidiáticas.
Nessas condições, a anarquia se faz presente como um projeto de rompimento profundo e construção de espaços autogestionários, descentralizados, horizontais para a maior e mais ampla participação popular onde modelos autoritários de esquerda ou de direita não terão vez. Nessa luta somos dignas e livres ecoando as vozes do passado que conclamavam ao estudo e prática da anarquia como base de uma aurora libertadora de nossa gente oprimida e explorada.