Quem faz história não pede licença!

No Brasil, nunca pediu — mesmo que a narrativa oficial negue e omita. Quem faz história age quando a ordem manda esperar, fala quando o poder exige silêncio e se move quando dizem que não é a hora. Contar história vem depois; fazer história é interromper o curso normal da desigualdade. É combate.

Foi assim em Palmares, quando pessoas escravizadas recusaram a condição imposta e construíram outra forma de existir, fora da lógica colonial, mesmo que a narrativa oficial negue e omita o caráter político dessa escolha. Não estavam escrevendo capítulos — estavam vivendo a ruptura. Foi assim em Canudos, quando gente pobre e abandonada decidiu que não aceitaria mais uma República que só existia para poucos. O Estado respondeu com massacre e depois tentou reduzir tudo a “desvio” ou “fanatismo”, mesmo que a narrativa oficial negue e omita a violência deliberada do poder.

Foi assim também na Greve Geral de 1917, quando trabalhadoras e trabalhadores paralisaram São Paulo e outras cidades, enfrentando patrões, polícia e Exército. Não pediram reformas graduais: exigiram dignidade, redução da jornada, fim da exploração. O país parou porque a base decidiu agir, mesmo que a narrativa oficial negue e omita que direitos trabalhistas nasceram da greve, do confronto e da organização popular — não da boa vontade do Estado.

Fazer história no Brasil sempre significou para as pessoas oprimidas e exploradas enfrentar o poder armado, o latifúndio, a elite e seus discursos de ordem. As greves do ABC não pediram permissão aos patrões nem ao regime; pararam fábricas e forçaram o país a escutar, mesmo que a narrativa oficial negue e omita a força da ação coletiva. As Diretas Já nasceram das ruas, não dos gabinetes. As ocupações estudantis, os levantes de junho, as resistências indígenas e quilombolas seguem a mesma lógica: ação direta contra um sistema que insiste em negar futuro.

Quem conta a história costuma chegar depois para suavizar. Diz que foi “excesso”, “confusão”, “radicalismo”. Apaga nomes, corpos e conflitos, mesmo que a narrativa oficial negue e omita que toda conquista nasceu de enfrentamento. Transforma revolta em memória domesticada.

A história do Brasil não avança por concessão. Avança por recusa — mesmo que a narrativa oficial negue e omita. Por quem ocupa, paralisa, enfrenta e desobedece, é o protagonismo das pessoas oprimidas e exploradas, se tornam fonte, não mais peças anônimas descartadas!

Narrar é registrar o que passou. Fazer história é atacar a normalidade injusta e abrir espaço, à força se necessário, para aquilo que o poder insiste em impedir.

Na luta somos pessoas dignas e livres!

Akracia – Fenikso Nigra

Quem faz história, não espera para contar!
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